19 de out. de 2010

Sobre a Arte em massa...

Por TebhSpekman


Você já reparou que algumas pessoas tendem a ter a necessidade de ver um grande número de peças suas produzidas? Independente da qualidade, elas estão pensando em quantidade.

Será que realmente isto, faz um artista ser bom? O segredo está na qualidade ou na quantidade?




Vamos analisar este ponto de forma histórica?

Não voltaremos muito, mas apenas ao Renascimento. Aonde muitos artistas despontaram e outro inúmeros anônimos tem suas obras admiradas até hoje. Será que alguma destas artes foi feita em apenas um dia? sem estudos prévios, analise de cor, forma.

Será que nenhuma delas foi pensada dentro de um conceito?

Todos sabemos as respostas destas perguntas. O fato é que nenhuma destas artes era feita na base da correria, na base da quantidade ao invés da qualidade.

Mas os tempos mudaram, isso também mudou...

Concordo e digo mais, hoje o desafio não é menor ou maior. Mas é outro. E o fato é que uma arte, hoje deve ser feita em muito menos tempo. Não só por causa do mercado, mas porque hoje, o mundo é corrido. Nada espera.

Nem as nossas idéias.
Mas se por um lado o tempo é corrido...
nossas ferramentas de trabalho mudaram, e muito.
Hoje a arte digital está em expansão exatamente por esse motivo. Convenhamos que não é apenas estética, mas o mercado precisa de resultados rápidos.

No entanto não quer dizer que aqueles outros quesitos que mencionei anteriormente não devam ser trabalhados. Conceito, forma, cor... etc...

Mas então o que há de errado?

Simples. Hoje, a maioria dos artistas digitais tem uma necessidade absurda de apresentar seus resultados no menor tempo possível. Logo em seguida ao "terminar" de trabalhar a arte já estão mostrando, divulgando... sem analise de critérios e erros.

Alguns, e não me excluo deste grupo, até tentam mostrar para outros artistas, ou pessoas de confiança sua obra. Afim de que elas dêem uma avaliação prévia do que está sendo apresentado afim de que erros grosseiros não sejam publicados sem uma 'correção'.

E veja, não acho isso errado. De modo algum. Trabalho com arte digital e sei que sempre é necessário que um outro olho veja o que não vemos. Em todo ramo de trabalho é sempre necessário um supervisor que deite seus olhos com atenção.

Mas não apenas o supervisor deve encontrar erros.

Seja supervisor do seu supervisor.

Antes de mais nada fique claro que não estou desmerecendo ninguém!

Mas o fato é que o próprio artista precisa saber avaliar seu trabalho sozinho. Depois dos ajustes que você tiver feito, através da dica de alguém de confiança. Feche o trabalho! Isso mesmo, deixe ele parado por um dia (ou mais se for possível) só o abra depois deste prazo.
Essa é uma dica valiosa. O olho humano se acostuma com as imagens que estão vendo por um longo período não captando erros até grosseiros. Dê um descanso a sua mente e vista e reavalie seu trabalho. Veja se não falta algum recorte que acabou ficando mal feito. Uma layer que deveria ter sido escondida... até a repensar em pequenos detalhes.

Antes de publicar, a hora do pente fino.

Isso mesmo, investigue, dê um zoom e vasculhe sua imagem, tanto nos detalhes mais importantes quanto nos que não são tão importantes. É nessa hora que você vai realmente finalizar. E imagine, como se aquele fosse o trabalho mais importante da sua vida (você nunca vai saber antes, não é?) Então prepare como tal.

Para você ter idéia. Esse mesmo texto já estou escrevendo pelo segundo dia. Exatamente porque estou trabalhando as idéias e no momento estou passando o pente fino por ele.

Esse processo pode levar uns 3 dias, como pode levar 1 mês, ou mais. Mas o fato é que cada trabalho tem o seu tempo. Mas também, cada trabalho terá seu brilho. E é por isso que artes feitas em massa perdem as vezes seu status.



Elas são feitas por fazer. Para completar um número! Pode haver alguma inspiração? Sim. Mas essa inspiração não vai estar sendo totalmente explorada para atingir a meta de uma ou mais artes por dia.

Repense nestes fatos. Reveja seu processo de criação... Michelangelo não levou uma hora e meia para fazer a Capela Sistina. Talvez, ele tenha levado quase a vida toda dele para chegar naquele momento.

Arte não é algo enlatado que deva ser produzido em massa. E vamos deixar claro que não estou falando de uma arte comercial, que você tem um briefing e prazos do cliente para produzir. Estou falando da arte que sai do coração, aquela que faz as pessoas pararem, pensarem, emocionarem.


"Um croqui sai em poucos segundos, a idéia é trabalhada para sempre..."


E você? Se considera um artista de massa ou não? Comente. Fale o que pensa sobre o assunto e participe!

A imagem utilizada nessa matéria é do site sxc.hu assim como a maioria das imagens que uso para ilustrar matérias (salvo outros casos)

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